Pressão Alta (ou Hipertensão Arterial Sistêmica): O que você deve saber

Sumário

  1. Importância da pressão alta
  2. Fatores de risco
  3. Diagnóstico
  4. O que fazer quando verificar pressão arterial elevada
  5. Os erros mais comuns no tratamento da pressão alta
  6. Tratamento medicamentoso e não medicamentoso da pressão alta

 

1. Importância da pressão alta 

A hipertensão arterial sistêmica (pressão arterial elevada) é uma doença muito prevalente tanto no Brasil como em todo o resto do mundo, acometendo cerca de 30% da população e decorrendo em uma grande mortalidade.

E talvez uma das maiores dificuldades em se realizar um diagnóstico e fazer o seu manejo seja pelo fato de que é uma doença silenciosa na ampla maioria das pessoas.

Para que possamos compreender o impacto: cerca de 350.000 mortes todos os anos ocorrem no nosso país decorrentes de doenças cardiovasculares e a HAS está associado à 45% dessas mortes.

É importante que a população tenha um conhecimento dessa doença e que níveis pressóricos acima de 140/90 mmHg (confirmados em pelo menos 2 visitas, com técnica adequada) faz o diagnóstico de hipertensão arterial.

E independente da presença de sintomas ou não, o paciente precisa ser bem avaliado pelo médico e iniciar um plano de tratamento.

A responsabilidade que o profissional da saúde tem em estabelecer o diagnóstico de hipertensão é grande, pois a doença é crônica e, salvo em alguns casos específicos que o cardiologista poderá avaliar, o indivíduo provavelmente necessitará de tratamento tanto medicamentoso quanto o não-medicamentoso por tempo indeterminado.

Para tentar simplificar o entendimento do nosso leitor: basicamente existe uma propensão genética à hipertensão – sabemos que cerca de 900 genes podem estar implicados – e com o aumento da idade e adição de fatores de risco (sedentarismo, obesidade, diabetes, tabagismo e um estilo de vida ruim), as nossas artérias apresentam tendência à maior rigidez e perda da capacidade da complacência (a capacidade de relaxar e acomodar o volume de sangue que o coração ejeta a cada batimento), processo chamado de arterioesclerose (ou envelhecimento arterial), o qual pode estar acelerado em algumas pessoas.

Dessa forma, os pacientes irão desenvolver hipertensão arterial ao longo do tempo e o nosso desafio é a detecção tão precoce possível para que possamos tratar e evitar as complicações decorrentes da HAS – o que chamamos de lesões de órgãos alvo – como insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência renal crônica, infarto agudo do miocárdio, aneurisma de aorta – complicações estas que geralmente são as causas de óbitos declaradas.

Agende sua consulta com o cardiologista Dr Fernando Luchina Alves e não permita que essa doença silenciosa destrua a sua saúde aos poucos. Agende pelo whatsapp.

 

 

2. Fatores de risco e causas de hipertensão

Os principais fatores de risco e algumas das causas para desenvolvimento de hipertensão são:

  1. Hereditariedade – Mais de 900 genes estão relacionados à pressão arterial elevada
  2. Idade (mais de 60% das pessoas com mais de 65 anos são hipertensas)
  3. Sedentarismo
  4. Obesidade
  5. Alto consumo de sal
  6. Síndrome da apneia obstrutiva do sono
  7. Algumas doenças endócrinas (hipo e hipertireoidismo por exemplo)
  8. Uso crônicos de algumas medicações específicas que podem desencadear hipertensão arterial
  9. Doença renal crônica

 

3. Diagnóstico da pressão alta 

A pressão arterial deve ser medida em toda avaliação por médicos, de qualquer especialidade, e por todos os profissionais da saúde devidamente capacitados. Os esfigmomanômetros auscultatórios ou oscilométricos são os métodos preferidos para medir a PA.

Os aparelhos digitais estão amplamente difundidos e são excelentes na aferição, inclusive recomendados. Todavia, a sociedade brasileira de cardiologia apenas recomenda os aparelhos com aferição no braço, mas não os de aferição pelo punho.

Antes de colocar o aparelho, é importante checar o tamanho do manguito, pois se o tamanho é inadequado para o braço do paciente, pode levar a aferições incorretas. O paciente deve estar em repouso, sem estar com a bexiga cheia, sem ter tomado café nos últimos 30 minutos ou feito exercício físico na última hora.

Não deve estar com as pernas dobradas e nem falar durante a aferição pois tudo isso pode alterar a pressão arterial naquela aferição e podemos ter uma falsa interpretação de como realmente é a pressão arterial do paciente. Assim, evitamos condutas inadequadas.

 

4. O que fazer quando verificar Pressão arterial elevada

Basicamente, ao se detectar pressão arterial elevada, orientamos o nosso leito a primeiro ter certeza do valor, realizando mais 2 aferições com intervalo de pelo menos 1 minuto, além de ter certeza de que o método foi correto.

Como escrito anteriormente, método correto é avaliar se a aferição foi realizada em repouso, se não acabou de realizar algum exercício físico ou ingeriu alguma substância ou até mesmo café e se não está com a bexiga cheia.

Além disso, se realmente estiver alta, verificar se não está sendo desencadeada por algum outro fator, como por exemplo, um quadro de dor.

Se o paciente não possui sintoma algum e verificou que a pressão está elevada (>140/90 mmHg), orientamos que procure consulta médica com seu cardiologista, pois pode se tratar de um hipertenso não controlado.

Procurar o pronto-atendimento para fazer alguma medicação para reduzir rapidamente a pressão arterial não é conduta correta em casos assintomáticos.

Explico: há muitos anos era costumeiro se tomar condutas para reduzir a pressão arterial de forma rápida em pacientes assintomáticos, mas essa conduta não resolvia o problema, que é crônico, como inclusive pode provocar um AVC (acidente vascular cerebral), já que o cérebro do paciente está trabalhando com a pressão arterial elevada naquele momento e caso nós façamos uma rápida redução, podemos provocar lesões cerebrais já que o cérebro necessita de mais tempo para se adaptar à redução da pressão.

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Quando é necessário procurar o pronto-atendimento devido pressão alta (hipertensão arterial)?

Recomenda-se a procura por pronto-atendimento sempre que se tenha quadro de hipertensão arterial na presença de sintomas, especialmente se PA > 180/120 mmHg.

Os sintomas deverão ser avaliados caso a caso e não necessariamente a pressão arterial deverá ser reduzida rapidamente: dependerá da avaliação médica para descartar que alguns dos sintomas relatados são decorrentes de algum diagnóstico mais sério e comprometedor à vida.

Os sintomas mais relevantes associados à crise hipertensiva e que devem motivar procura de pronto-atendimento são: dor de cabeça (cefaléia), alterações neurológicas (perda de força ou de sensibilidade em alguma parte do corpo ou da fala), turvação visual, confusão mental, tonturas, falta de ar, dor torácica (ou dor no peito) e dor abdominal.

Esses sintomas podem corresponder à quadros agudos de doenças associadas à hipertensão, como descrevemos acima, tais como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, aneurisma de aorta, e devem receber condutas médicas urgentes de acordo com cada condição.

Esses são os sintomas mais relevantes, mas também se recomenda procurar um pronto-atendimento na presença de quaisquer outros sintomas que estejam deixando o paciente desconfortável e preocupado.

 

 

5. Os erros mais comuns no tratamento da hipertensão arterial sistêmica:

  • Tomar medicação anti-hipertensiva só quando a pressão estiver elevada. O tratamento é crônico.
  • Subestimar o tratamento não medicamentoso (estilo de vida, exercício físico, dieta adequada e combate à obesidade são muito importantes).
  • Não tomar a medicação anti-hipertensiva se for ingerir bebida alcóolica.
  • Usar medidor de pressão de punho, que ainda não é recomendado pela SBC, para tomada de decisão.
  • Acreditar que o “seu normal de pressão é algum valor específico”. Embora todo paciente seja individualizado em tratamento, a pressão arterial acima de 140/90 mmHg faz diagnóstico de hipertensão em todos os adultos, mesmo em assintomáticos. Lembrar que o objetivo não é apenas reduzir o valor, é também reduzir a probabilidade de ocorrer uma lesão em órgão alvo decorrente da hipertensão.
  • Estar utilizando medicações ou substâncias que pode provocar hipertensão arterial, como anti-inflamatórios, substâncias estimulantes como energéticos, descongestionantes nasais e não avisar seu médico durante consulta.
  • Automedicação. Principalmente nos casos de tomada de comprimidos extras para controle de pressão arterial estando assintomático ou utilizar as mesmas medicações que foram prescritas a algum familiar ou conhecido sem avaliação médica. Todo medicamento tem riscos.

 

6. Tratamento da pressão alta 

Tratamento medicamentoso

Atualmente existe um arsenal terapêutico e seu médico poderá lhe orientar especificamente qual a melhor escolha e/ou combinação de medicações.

Para reforçar as orientações gerais: não se recomenda a automedicação. Muitas vezes será necessário associar muitas medicações e se adaptem ao perfil de cada paciente.

O seu cardiologista normalmente necessita avaliar função renal, descartar doenças associadas á hipertensão e verificar a presença de outras comorbidades e funcionalidade do paciente para a melhor escolha.

Por exemplo, se o paciente tiver uma insuficiência renal, será necessário um cuidado ao se utilizar algumas medicações.

Além disso, é muito frequente nós recebermos pacientes em uso de medicações que não são de primeira escolha no tratamento da pressão alta, as quais necessitam ser trocadas pois visamos não só o controle do número da pressão arterial, mas também redução do risco de morte cardíaca, o que é alcançado apenas com algumas medicações e não outras.

 

Tratamento Não Medicamentoso

O tratamento não medicamentoso é tão importante quanto o medicamentoso e estimulamos, pois, além de redução da pressão arterial, pode desenvolver hábitos e estilo de vida mais saudável que, no médio e longo prazo, traz inúmeros benefícios em redução de mortalidade e qualidade de vida. Abaixo, as recomendações de intervenção não farmacológica:

  1. Controle de peso: Estima-se redução de 1 mmHg a cada Kg de peso perdido
  2. Dieta saudável (rica em frutas, vegetais, grãos e baixo teor de gordura, com redução de gordura saturada e trans consegue por si só reduzir a pressão em cerca de 3 mmHg
  3. Redução ingestão de sódio para menos de 2g/dia e elevar a ingestão de potássio pode obter redução na pressão em até 5 mmHg;
  4. Prática de atividade física tanto aeróbica quanto de resistência muscular reduzem a pressão arterial em até 7 mmHg
  5. Manter consumo baixo de álcool com no máximo 2 doses/dia para homens e 1 dose/dia para mulheres evita elevação da pressão arterial em até 5 mmHg
  6. Cessar tabagismo pois evita acelerar o envelhecimento e rigidez arterial.
  7. Controle de estresse e desenvolvimento de espiritualidade e religiosidade: Alguns estudos sugerem que existe a associação entre índices de espiritualidade ou religiosidade e menores taxas de mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular, por câncer, bem como qualidade de vida. A maior parte dos estudos sugere que também há efeitos benéficos no controle de hipertensão arterial.

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