Desmaios (perda de consciência, mal súbito e síncopes)

Desmaio

Certamente você já ouviu falar de alguém que apresentou um desmaio. No pronto-socorro, até 3% das procuras ou encaminhamentos de serviço de emergência decorrem por esta queixa. Na medicina, costumamos utilizar o termo genérico perda de consciência inicialmente até explorar o que está ocorrendo. A perda de consciência pode decorrer de inúmeros problemas de saúde, tanto por situações cardiológicas quanto neurológicas (acidente vascular cerebral – AVC), vasculares e até clínicas (como uma hipoglicemia – um baixo nível de glicose no sangue).

Existem os casos mais benignos (como a síndrome vasovagal – basicamente decorrente de queda de pressão arterial) e até aqueles com maior gravidade, decorrentes de arritmias potencialmente fatais, que podem levar à parada cardiorrespiratória.

Quando a perda de consciência é transitória, acompanhada de perda de tônus muscular (tônus é capacidade de manter a musculatura involuntariamente contraída) e de rápida recuperação, chamamos isso de síncope. A síncope pode ocorrer por vários motivos cardiológicos ou não e uma rápida recuperação não significa que está tudo bem. Todo quadro de síncope necessita de avaliação médica para definição de sua causa e possível tratamento.

De qualquer forma, uma situação de perda de consciência necessita ser, pelo menos, minimamente avaliada, pois mesmo os que possuem as causas mais benignas para a perda de consciência, assim são referidas pelo fato de nunca levarem à parada cardíaca, porém, não significa que o indivíduo não possa se machucar gravemente com a perda de consciência, especialmente os mais idosos, que podem ter traumas cranianos e fraturas potencialmente limitantes, como as de fêmur.

Muitos problemas cardiológicos podem levar à síncope, como as bradicardias (que fazem o coração operar com uma baixa frequência cardíaca tanto de forma temporária ou definitiva) e como as taquiarritmias, que por deixar o coração contraindo tão rapidamente que fica difícil sobrar tempo para que o coração consiga se encher de sangue para ser ejetado em um fluxo eficiente e desejável a todos os órgãos, principalmente o cérebro que, ao detectar isso, entra em sofrimento e permite a ocorrência da síncope.

Alguns casos de síncopes podem necessitar de tratamentos mais direcionados como implante de marcapasso, outros casos podem decorrer da correção de problemas clínicos apenas, não menos graves, como alterações metabólicas ou intoxicações por algumas medicações, como alguns antiarrítmicos.

Em casos de arritmias complexas que estão levando o paciente a apresentar síncope, outros exames podem ser necessários para determinar a gravidade do caso: por exemplo, determinar a função cardíaca (com ecocardiograma), se aquele músculo cardíaco sofre de isquemia (sofrimento pela falta de oxigênio em determinadas áreas do coração) com exames de ressonância cardíaca e até cateterismo cardíaco. Alguns casos também são indicações de estudo eletrofisiológico, quando se introduz cateteres dentro do coração para se determinar o tempo de condução do estímulo e a forma com que esse se conduz, e assim determina-se o diagnóstico das síncopes nos casos mais desafiadores.

Ao verificar ou presenciar alguém que perdeu a consciência, orientamos: verificar se a pessoa está respirando, chamá-la, testando sua responsividade, não tentar levantar a pessoa do chão rapidamente (pois ao ficar deitado, facilita a chegada de sangue no cérebro). Se o paciente acordar rapidamente, pedir para que ele permaneça deitado mais alguns minutos. Enquanto isso, acionar serviço de emergência é prudente pois não podemos ter certeza da causa da perda de consciência. É necessário atentar que se for notado que, em até 10 segundos, o paciente não voltou a respirar, deve-se checar pulso do paciente e iniciar manobras de reanimação cardíaca, de modo que chamar ajuda é a coisa mais importante, principalmente se você estiver sozinho(a) com a vítima.

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