Falta de ar (dificuldade respiratória, dispneia)

Dispneia

A falta de ar é uma queixa bastante ampla em consultórios e pronto-atendimentos. Pode ser algum sintoma decorrente de problemas com o coração, pulmão, vias aéreas, musculares, neurológicos, de origem emocional e também por falta de condicionamento físico.

A falta de ar (na medicina utilizamos o termo dispneia – do latim: dificuldade em respirar) é sintoma bastante comum de problemas cardiológicos, principalmente pacientes que possuem insuficiência cardíaca, e nós costumamos aferir essa gravidade questionando o paciente:

  • O quanto consegue caminhar até iniciar a falta de ar;
  • Se possui falta de ar ao dormir e se necessita de vários travesseiros e qual a quantidade de travesseiros;
  • Se necessita sentar na cama à noite após estar deitado por algum tempo, para respirar melhor – para essa situação cunhado termo dispnéia paroxística noturna.
  • Se a falta de ar está piorando progressivamente ou começou subitamente;
  • Sintomas associados á falta de ar;
  • Histórico de doenças cardíacas (infarto, insuficiência cardíaca), pulmonares (pneumonia, Covid, embolia pulmonar), vasculares (trombose venosa de membros inferiores), histórico de cirurgias, infecções, entre outros.

Se você conhece alguém que possui falta de ar aos esforços, principalmente aquele idoso, sedentário e com alguns problemas de saúde, é necessário investigar! Um dos grandes problemas de saúde em nosso país é a insuficiência cardíaca, a qual leva a grande mortalidade, principalmente quando diagnosticamos apenas de forma muito tardia. Alguns dados epidemiológicos sugerem que temos cerca de 2 milhões de pacientes no Brasil com esse diagnóstico e com estimativa de 240.000 novos casos por ano.

 

Qual o mecanismo da falta de ar na insuficiência cardíaca?

O sangue retorna ao lado direito do coração e é levado aos pulmões para ser oxigenado. Após isso, esse sangue oxigenado vai até o lado esquerdo do coração para então ser bombeado ao resto do corpo. Quando o lado esquerdo do coração está mais fraco, ou trabalhando com dificuldade, ele não consegue acomodar o sangue que está chegando dos pulmões. Dessa forma, lá no pulmão, ocorre extravasamento da água que existe no sangue para fora dos vasos, principalmente nos vasos pulmonares porque é lá onde eles são mais finos. Assim, aquela água que ficará presente nos espaços pulmonares, dificultará a troca de oxigênio e, como o cérebro sentirá rapidamente, orientará inconscientemente o paciente a respirar mais rápido e fazer menos esforços que o habitual.

É necessário estar atento pois normalmente esse cansaço (ou falta de ar) é algo progressivo e muitas vezes lento, desenvolvendo-se ao longo de semanas a meses e muitas vezes esse sintoma passa despercebido por familiares e pelo próprio paciente.

Em outras situações, a falta de ar é algo evidentemente súbito, o que motiva a procura pelo pronto-atendimento. Nesses casos, uma das possibilidades diagnósticas é a embolia pulmonar, situação na qual é potencialmente ameaçadora da vida e exige diagnóstico e tratamento o mais breve possível. Mas é claro que ainda há outras possibilidades diagnósticas em casos de falta de ar súbitas (como asma e pneumotórax) e um atendimento médico também será necessário para exclusão dessas outras possibilidades até melhor definição diagnóstica.

Sempre recomendamos a procura de pronto-atendimento em casos de falta de ar súbitas, mesmo que estejam sendo toleradas inicialmente. O paciente não deve esperar para agendar consulta com seu médico assistente ou de confiança nesses casos. E mesmo que o paciente tenha o contato de seu médico assistente, o mesmo sempre orientará a procura de serviço de emergência. Afinal, se por um lado, a procura pelo pronto-atendimento pode demonstrar que o problema em si não era nada grave, por outro lado pode salvar a vida do paciente dado o início de um tratamento precoce para uma condição ameaçadora da vida.

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