Infarto do miocárdio (ataque cardíaco)

Sumário

  1. A importância de conhecer e suspeitar
  2. O que é um ataque cardíaco?
  3. Quais as causas de ataque cardíaco e quem tem mais risco?
  4. Quais são os sintomas de um ataque cardíaco?
  5. O que se deve fazer na Suspeita de Ataque cardíaco
  6. Prevenção – É possível prevenir um ataque cardíaco?
  7. Quais as complicações de um ataque cardíaco?

1. A importância de conhecer e suspeitar

Segundo o Ministério da Saúde, ocorrem cerca de 300 a 400 mil infartos (ou ataques cardíacos) no Brasil por ano, e dentre eles, a cada 5 ou 7 casos, ocorre um óbito.

E além de muito frequente, a importância de se conhecer e suspeitar se deve ao fato de que a procura por atendimento deve ser realizada o mais rápido possível, não se devendo aguardar a melhora dos sintomas.

Existe uma máxima na cardiologia que é a seguinte: “Tempo é músculo”. Ou seja, quanto mais tempo passar desde o início dos sintomas de um ataque cardíaco (ou infarto do miocárdio) maior é o risco de óbito ou complicações irreversíveis ao paciente.

Suspeitou de que está apresentando um infarto ou ataque cardíaco, ou de alguma pessoa próxima? Ligue para o serviço de emergência, chame o SAMU 192 ou procure um pronto-atendimento o mais rápido possível, de preferência com atendimento cardiológico! Isso pode salvar uma vida.

 

2. O que é um ataque cardíaco?

Assim como todos os nossos órgãos, o coração também precisa de oxigênio para manter o seu funcionamento. O oxigênio chega no coração pelas células do sangue através das artérias coronárias, que irrigam toda a musculatura do coração.

Ocorre que essas nossas artérias coronárias podem apresentar placas de colesterol que podem estar suscetíveis a fissuras e em decorrência disso, o organismo desencadeia a formação de coágulos nessa região que tentam corrigir essa fissura na placa de colesterol, mas infelizmente esse coágulo se estende obstruindo a artéria coronária como um todo.

A partir desse momento, não passa mais nenhum ou quase nenhum fluxo sanguíneo através das artérias coronárias e músculo cardíaco começa a morrer, situação onde na maioria das vezes os pacientes iniciam dor no peito.

Esse processo de iniciar a formação de um coágulo perigoso para a obstrução de uma artéria do coração se inicia com as plaquetas, de modo que o uso da medicação ácido acetilsalicílico é extremamente importante, pois ela age justamente inibindo a ação das plaquetas.

Assim, tomar a medicação ácido acetilsalicílico, na dose de 200 mg (ou 2 comprimidos de 100 mg), o popular AAS infantil, é muito importante e pode ser feito em casa ainda na suspeita de ataque cardíaco.

 

3. Quais as causas de ataque cardíaco e quem tem mais risco ?

Como já escrito acima, a grande maioria dos ataques cardíacos se deve a presença de placas de colesterol nas artérias coronárias (aterosclerose) que sofrem fissuras (ou rupturas) e permitem com que coágulos se formem no local, levando a obstrução não só da fissura da placa, mas sim da artéria como um todo.

Assim, não basta ter a placa de colesterol, essa placa precisa sofrer rupturas que levem a formação de coágulos dentro dela e comprometer a artéria toda.

Porém, os ataques cardíacos também são possíveis sem um bloqueio das artérias coronárias, mas isso é mais raro e representa apenas cerca de 5% de todos os ataques cardíacos. Este tipo de ataque cardíaco pode ocorrer pelas seguintes razões:

Espasmo da artéria coronária – que ocorre principalmente por uso de algumas drogas como a cocaína.

Trauma: Isso inclui rasgaduras ou rupturas nas artérias coronárias.

Obstrução devido coágulos que vieram de outra parte do corpo: um coágulo de sangue ou bolha de ar (embolia) que fica preso em uma artéria coronária.

Síndrome de Takotsubo ou cardiomiopatia de estresseEstado emocionais súbitos podem levar a grande descarga de adrenalina que provocam uma contração do músculo cardíaco de forma muito anormal e podem causar ataque cardíaco.

Artérias coronárias anômalas (um defeito cardíaco congênito com o qual você nasceu, onde as artérias coronárias estão em posições diferentes do normal em seu corpo. A compressão delas causa um ataque cardíaco).

Infarto causado por outros problemas graves no organismo, como infecções graves

Essas outras causas acima colocamos à título de curiosidade do leitor, mas saiba que não devem ser pensadas de imediato. São causas para o cardiologista diagnosticar na sequência. No momento do ataque cardíaco, é necessário rapidez na procura por atendimento médico de emergência pois obstrução de artéria coronária pode ser altamente fatal.

 

Fatores de Risco para infarto agudo do miocárdio:

Idade e Sexo: O risco de infarto eleva-se após os 45 anos para homens e após os 50 anos para mulheres

História familiar de infarto: O seu risco é maior se pai ou irmão tiveram um infarto antes dos 55 anos de idade; E se sua mãe ou irmão tiveram infarto antes dos 65 anos.

Estilo de vida: Falta de atividade física, dieta rica em sódio, açúcar e gordura, tabagismo (mesmo o tabaco sem fumaça e vaping), uso de drogas.

Algumas comorbidades: Diabetes, obesidade, pressão alta, colesterol alto, história de pré-eclâmpsia na gravidez.

 

4. Quais são os sintomas de um ataque cardíaco?

Os ataques cardíacos podem ter vários sintomas, alguns dos quais são mais comuns do que outros.

Os sintomas de um ataque cardíaco que as pessoas descrevem com mais frequência incluem:

  • Dor no peito (angina) é o mais habitual. Isso pode ser leve e sentir desconforto ou peso, ou pode ser grave e sentir uma dor esmagadora. Pode começar no peito e se espalhar (ou irradiar) para outras áreas, como o braço esquerdo (ou ambos os braços), ombro, pescoço, mandíbula, costas ou até a cintura.
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar.
  • Náusea ou desconforto estomacal. Muitas vezes, os ataques cardíacos podem ser confundidos com indigestão ou azia.
  • Palpitações cardíacas .
  • Ansiedade ou sensação de “morte iminente”.
  • Sudorese intensa
  • Desmaio ou tontura

Importante: Mulheres, idosos e diabéticos podem ter outros sintomas não muito específicos como dificuldade respiratória, mal estar e náuseas.

 

5. O que se deve fazer na Suspeita de Ataque Cardíaco

Uma artéria do coração (coronária) que obstruiu subitamente necessita de cuidados imediatos, pois caso contrário danos permanentes ou até óbito pode ocorrer.

Muitas vezes, o seguinte erro acontece: O paciente apresenta uma dor muito forte, porém alguns minutos depois a dor passa. E o paciente acredita que não vai ocorrer de novo e por esse motivo, não procura ajuda! Isso é errado. Normalmente a dor ocorre de novo e pode ser mais grave.

Assim, ao apresentar sintomas de ataque cardíaco (ou infarto miocárdio) é necessário procurar ajuda médica imediata. Ligar para o SAMU 192 ou solicitar ajuda de pessoa próxima para leva-lo a algum serviço de emergência.

Como falamos no início do texto, quão mais rápido for o início do tratamento, menos músculo cardíaco será afetado, e isso significa que o paciente terá mais chances de ficar com menores complicações.

É importante entender o seguinte conceito para ataques cardíacos: por mais tecnologia que tenhamos atualmente, não é possível salvar células do coração que já morreram, mesmo que nós consigamos desentupir aquela artéria coronária responsável pelo infarto muitas horas depois que o músculo que ela irriga já não está mais vivo.

 

  1. Procurar Ajuda: Ligar para SAMU 192, solicitar ajuda de pessoa próxima
  2. Diagnóstico rápido: Ao chegar no pronto-socorro, dizer que está com dor no peito e que pode estar tendo um ataque cardíaco. Pessoas com esses sintomas são atendidas com alta prioridade. Um enfermeiro e médico irá atender o paciente, será realizado um eletrocardiograma, medicações específicas para infarto serão utilizadas e a melhor conduta será tomada no local onde o paciente está sendo atendido.
  3. Medicações e exames específicos: Algumas medicações são utilizadas no momento que o paciente chega no pronto-socorro. É normal a administração de vários comprimidos imediatos. Além de eletrocardiograma, exames de sangue são coletados e um acesso venoso é puncionado para possibilidade de realização de medicações endovenosas
  4. Possível cateterismo ou trombolítico: O cateterismo cardíaco normalmente é realizado, o que difere é o grau de emergência da situação. Existem situações em que  o cateterismo precisa ser feito de imediato, mas há outras situações em que é recomendado realizar após 24h do início dos sintomas, quando o paciente já estiver sob uso de medicações para infarto. O trombolítico é medicação específica para casos graves em que, na indisponibilidade de cateterismo de emergência, é realizado essa medicação. Muito comum principalmente em locais em que a transferência para local em que tenhamos cateterismo levaria mais de 90 minutos.
  5. Cuidados pós em UTI e manejo de possíveis complicações cardíacas: Todo paciente que sofreu infarto (ou ataque cardíaco) necessita de cuidados em UTI por no mínimo 48h, se possível, pois mesmo após ter realizado procedimento de desentupir a artéria culpada pelo infarto através de angioplastia com uso de stent, mesmo assim podem ocorrer complicações cardíacas, como arritmias graves, novo infarto e insuficiência cardíaca.
  6. Avaliar função cardíaca e ajuste medicamentoso: Antes do paciente receber alta para casa, quando o paciente permanece estável, o que normalmente leva de 3 a 5 dias pelo menos, a função cardíaca para avaliar sequelas do infarto é determinada, para acompanhamento posterior com cardiologista. Além disso, medicações são prescritas para evitar novo ataque cardíaco
  7. Acompanhamento com seu cardiologista pós alta: É de extrema importância o acompanhamento, pois o risco do paciente apresentar um novo infarto é maior de ter o primeiro. Muitas vezes, é necessário ajustes de medicações com o passar do tempo e manejo de outros fatores de risco.

 

6. Prevenção – É possível prevenir um ataque cardíaco?

Basicamente, prevenir ataque cardíaco pode ser feito ao controlar os fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, níveis altos de colesterol, evitar tabagismo, evitar sedentarismo e também o estresse. Um bom estilo de vida deve ser sempre estimulado, com sono adequado, vacinação pra gripe, evitar uso de drogas, ter uma dieta saudável e praticar exercícios regularmente.

Além disso, muitas condições cardíacas são ASSINTOMÁTICAS, por isso realizar CHECK-UP cardiológico é fundamental, sobretudo após os 40 anos de idade.

Todavia, muitas vezes as questões genéticas influenciam negativamente no risco de infarto e também a idade é um fator não modificável. Quanto mais idade a pessoa tem, maior é o risco de ataque cardíaco. Assim, é necessário focar em tudo que se pode controlar.

Não subestime sintomas. Todos os anos ocorrem mais de 300.000 infartos no Brasil.

Agende sua consulta e seu check-up com o Dr. Fernando, cardiologista particular no Hospital Marcelino Champagnat (hospital referência em cardiologia em Curitiba) com valores de atenção, real comprometimento e disponibilidade aos pacientes pós consulta.

 

7. Quais as complicações de um ataque cardíaco ?

Existem muitas complicações possíveis de um ataque cardíaco: Desde a sequela nenhuma a morte súbita. Em geral os paciente apresentar alguma sequela (perda de contração) em alguma parte do coração. Se for em área muito importante, o paciente pode desenvolver insuficiência cardíaca (ficar com a função cardíaca muito fraca) e assim depender de muitos cuidados pelo resto da vida. Pode ocorrer também arritmias graves, problemas em válvulas (principalmente insuficiência da valva mitral devido isquemia).

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